Uma vida

Sempre me disseram que a nossa vida é feita baseando-se nos
erros que outrora cometemos, é fundamentada pelas pessoas que nela passaram e
argumentada pelas palavras que nunca proferimos. Mas, pergunto-me porque é que
estamos em constante prova, em constante luta para tentarmos atingir o miniatural
da perfeição, se fomos feitos para sofrer e aprender com o sofrimento então
porque somos nós, seres racionais, uma espécie de máquina aniquiladora?
Porque é que se estamos bem, procuramos algo ou alguém que nos destruirá em
poucos segundos aquilo que por muito tempo construímos?
Na verdade, e sem termos intenção, procuramos sempre aquilo que à partida já temos
uma pequena percepção que irá correr mal? Basicamente procuramos a nossa oportuna
sepultura, aquela que se ajusta a nós mesmo não querendo que isso aconteça…
No alento aprendemos variadíssimas coisas, erramos e somos
errados, traímos e somos traídos, amamos (mas muitas das vezes não nos amam de
volta), crescemos e ensinam-nos a sofrer, a lidar com situações menos
caridosas, ensinam-nos a sermos cruéis e não, não são os nossos pais ou família
que nos ensina esse tipo de “coisas”, é na verdade a vida, a vida e as pessoas
que nela circulam… Essa dita cuja é principal causadora de nos tornarmos em
seres odiosos, os mais da humanidade, seres que não agradecem o que têm, que não
amam em retorno, que não valorizam, que enganam quando demonstram sentimentos,
seres que destroem a própria existência e ignoram as afeições uns dos outros.
Vivemos uma vida a achar que estamos preparados para o que der e vier,
respiramos porque achamos que o amanha vai ser melhor que o hoje e por isso
existe uma réstia de esperança na vida; andamos porque as nossas pernas pedem
para não desistirmos, pedem loucamente que não desistamos de ser aquilo que
sonhamos e que corramos atrás do que sempre ambicionamos! Pensamos porque o
nosso cérebro não pára de “bombardear” informação vital, porque não pára de
fazer com que sejamos pelo menos inteligentes ao ponto de sabermos o que
fazemos e não sermos seres vegetais…
Tenho, portanto, e a meu ver, uma pequena conclusão e talvez
miraculosa não para muitos que talvez tenham chegado a essa mesma conclusão;
vivemos não só porque essa é a nossa obrigação mas também para dar e receber
experiência proveniente de gente que se importa com o mesmo que nós, que
valoriza o que valorizamos, que dá graças por ter a vida que a natureza lhe
deu, que não se lamenta por não ter tido algo desejado e em vez disso luta para
alcançar esses mesmos desejos muitas das vezes inalcançáveis… São esse tipo de
pessoas com quem devemos partilhar e recriar experiências, é com elas que
devemos conceber um futuro seguro e próspero e deve ser com elas que alcançaremos
aquilo que sempre esperamos ter.
Essas pessoas existem, e estão sempre lá para apoiar seja para o que for, em
que circunstancia for!

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