1 ano, 1 vida

Não peço desculpa a minha ausência, agradeço antes este tempo fora do mundo da escrita e dos pensamentos complexos. Percebo agora que nos devemos ausentar para clarificar ideias, entender problemas e saber resolve-los; percebo também que um escritor deve escrever aquilo que a alma lhe fala à medida que surgem novas aprendizagens, até lá devemos lutar para que estas apareçam.

Um ano passou e com ele um turbilhão de acontecimentos, uns mais louváveis outros menos, mas passou!
Quando somos pequenos não temos a perceção daquilo e daqueles que nos rodeiam, tanto que nem damos por os tempos voarem, pelas folhas caírem e pelas estações a alterarem-se, vamos vivendo assim alegres e despreocupados. No entanto, esta liberdade de pensamento não é contínua e com o passar do tempo as coisas tornam-se mais reais, reparamos enfim que o céu é azul, mas conforme o tempo ele pode ficar cinzento, e o mesmo acontece com aqueles que nos rodeiam. Reparamos que afinal aqueles que tanto prezávamos a companhia vão-se afastando e com eles uma nova vida e um novo começo.
Entramos em negação porque não sabemos compreender como é que tudo se complica tão rapidamente, não compreendemos porque é que as pessoas têm duas faces e não só aquela face simples que outrora conhecíamos; não compreendemos as mudanças e as transformações do que nos rodeia e tudo isto e aquilo nos faz confusão.
Na vida há-de aparecer sempre alguém que nos vai complicar o “sistema”, alguém que nos vai magoar e alguém que nos ensinará uma lição que jamais esqueceremos. Vai haver alguém que só te quer “às metades”, que não te quer por inteiro mas sim aquilo que lhe agrada mais. Eventualmente aparecerá alguém que te traz ao mundo e te ajuda a compreender quiçá o ABC da vida…
A certa altura tudo ficará constante, a vida parece estagnar de novo, mas não por muito tempo.
Hão-de haver momentos de pura felicidade, momentos em que tudo parece FINALMENTE se recompor, começas a achar que, afinal, a vida nem é assim tão complicada, que afinal até é possível amar sem se ser complicado, e percebes que afinal todos aqueles momentos de angústia passados até serviram para alguma coisa. O tempo passa e apercebes-te que esses momentos têm cada vez menos duração.
Seguidamente, torna-se difícil aplicar aquilo que aprendemos, entendes que sabes aconselhar os outros mas não sabes seguir aquilo que os aconselhas, clarificas a ideia de que talvez até saibas qualquer coisa acerca da vida mas, no entanto, não sabes como utilizar as tuas aprendizagens. Com o tempo, torna-se cada vez mais difícil entender como é que há gente que consegue disfarçar tão bem aquilo que lá vai dentro, é verdade, não sabes explicar mas apenas não entendes. Não entendes como os outros conseguem atingir os seus objetivos sem esforço algum, enquanto tu tens que mover montanhas e meio mundo para seres bem sucedida…

Mas no fim de todas as tuas dúvidas, consegues chegar à conclusão que são essas mesmas dúvidas que te levam aonde tu pretendes chegar, que te fazem ver aquilo que não querias ver… São essas metas que vais aprender a atingir sem saberes porque, mas, interiormente, foram todos aqueles dias a ver o céu cinzento e mais uns tantos a ver o céu azul que te fazem compreender as coisas simples da vida…
Tudo tem um propósito, tudo acontece por uma razão… Portanto é fácil entender que tudo aquilo que penamos irá por fim, ter alguma finalidade.

Pensamento alternativo

Hoje, que tenho outra idade e uma visão do mundo diferente, vejo muita gente a cair do seu trono sucessiva e aparatosamente, vejo-os recorrer aos fracos ou simplesmente aqueles que em tempos foram alvo de descargas raivosas; vejo-os darem razão aos demais e valerem-se do que os desvigorosos lhes dizem… É triste e todos nós sabemos disso mas é o que vemos, e no entanto torna-se cada vez mais difícil de acreditar.
Deparo-me com casos que me deixam, e muito sinceramente, boquiaberta…  pessoas que aparentemente dariam a vida e mais algum bem precioso que tivessem só para se demonstrarem fortes e hábeis de fazerem todo o tipo de realidades. Sim realidades! Essas mesmas palavras que tem assustado gerações e cada vez assusta mais… desenvolvem-se tecnologias que nos roubam a noção de tempo e de espaço, lá está, realidade. Tudo se desenvolve menos a mente humana, contínua frouxa e desenxabida, não evolui apenas se limita a ficar estagnada, num estado prepotente que não alimenta nem mata fomes.
“Para quê complicar o mundo, se o que eu vejo e imagino é tão mais bonito do que aquilo que deveria ser” – citação do nosso querido cérebro a única parte inteligente em nós (já nem me refiro ao coração porque esse já todos sabemos como é…), a única parte que faz de nós tantos seres ao mesmo tempo! Não á que complicar aquilo que já esta predestinado, para que? Ora a vida assim é tão mais monótona … NÃO, NÃO E NÃO! Não nos podemos cansar agora, agora que nos tornamos seres tao estupidamente inteligentes, agora que somos capazes de destruir um grupo de pessoas com uma única palavra, conseguimos matar pessoas com olhares, logo agora que só com um clique eliminamos pessoas… Parabéns somos mesmo inteligentes! …
Creio que estas palavras não devem, ou não podem ser tomadas com “expressões de raiva”, talvez o sejam, mas acreditemos que são apenas uma pequena expressão de quem gostaria de mudar o comportamento de variadíssimas pessoas.
Para nós, mulheres (sim mulheres, porque raparigas ainda não pensam assim) não chorem por nenhum homem ( ou amostra do mesmo), tempo gasto, lágrimas desperdiçadas,  felicidade a descer a pico! Levantem a cabeça, afinal onde está todo aquele orgulho que durante séculos nos tem afirmado? Onde estão as mulheres que emanciparam tudo isto? Infelizmente vivemos num mundo em que cada vez mais, e por nossa culpa, temos que nos sujeitar aos maus trato de quem nós achamos que amamos… E achamos isso porque estamos tão obcecadas com esse amor doentio que para nós o mundo lá fora é uma redoma em que todos são iguais, e que por causa de UM traste todos os outros pagam, e assim andamos nesta roda-viva…
Para vocês homens, valorizem quem vos valoriza, olhem bem para o vosso lado e pensem bem que não basta apenas amar e mostrar afecto, todas as relações amorosas ou não, requerem manutenção e ausência de monotonia. Se a pessoa que outrora magoaram luta ainda por vocês, depois de todo o mal que lhes fizeram, essa pessoa ama-vos de verdade, mesmo! E se não querem nada, então digam de uma vez por todas que o assunto encerra ali e cada um segue o seu caminho… é um passo simples que não muda apenas uma vida, e sim duas!
A verdade é que, quanto mais lutamos…mais derrotados nos sentimos… e deixo o pensamento em aberto.

Igualdades/defeitos

É um engano achar que somos donos conhecedores da razão.
Penso que esse será o caminho errado na busca da felicidade.
Continua a ser um lapso da parte de quem acha que pertence a uma força
fidedigna, força essa que comanda as acções mais complexas do ser compassivo que
determina o futuro de qualquer individuo.
Não há pessoas mais infelizes ou o seu inverso, não existem pessoas mais ou
menos inteligentes, mais ou menos bonitas, somos do ponto de partida, seres
iguais sem presença de estereótipos, somos algo em alguma coisa e à partida desconhecemos
o que mais tarde aspiraremos. O problema é acharmos que somos todos diferentes
sendo que somos todos iguais, a única coisa que nos distingue é mesmo o sexo e
o sítio onde nascemos porque tirando estes aspectos somos todos, TODOS iguais
não havendo mais nada que nos distinga.

Uma vida

Sempre me disseram que a nossa vida é feita baseando-se nos
erros que outrora cometemos, é fundamentada pelas pessoas que nela passaram e
argumentada pelas palavras que nunca proferimos. Mas, pergunto-me porque é que
estamos em constante prova, em constante luta para tentarmos atingir o miniatural
da perfeição, se fomos feitos para sofrer e aprender com o sofrimento então
porque somos nós, seres racionais, uma espécie de máquina aniquiladora?
Porque é que se estamos bem, procuramos algo ou alguém que nos destruirá em
poucos segundos aquilo que por muito tempo construímos?
Na verdade, e sem termos intenção, procuramos sempre aquilo que à partida já temos
uma pequena percepção que irá correr mal? Basicamente procuramos a nossa oportuna
sepultura, aquela que se ajusta a nós mesmo não querendo que isso aconteça…
No alento aprendemos variadíssimas coisas, erramos e somos
errados, traímos e somos traídos, amamos (mas muitas das vezes não nos amam de
volta), crescemos e ensinam-nos a sofrer, a lidar com situações menos
caridosas, ensinam-nos a sermos cruéis e não, não são os nossos pais ou família
que nos ensina esse tipo de “coisas”, é na verdade a vida, a vida e as pessoas
que nela circulam… Essa dita cuja é principal causadora de nos tornarmos em
seres odiosos, os mais da humanidade, seres que não agradecem o que têm, que não
amam em retorno, que não valorizam, que enganam quando demonstram sentimentos,
seres que destroem a própria existência e ignoram as afeições uns dos outros.
Vivemos uma vida a achar que estamos preparados para o que der e vier,
respiramos porque achamos que o amanha vai ser melhor que o hoje e por isso
existe uma réstia de esperança na vida; andamos porque as nossas pernas pedem
para não desistirmos, pedem loucamente que não desistamos de ser aquilo que
sonhamos e que corramos atrás do que sempre ambicionamos! Pensamos porque o
nosso cérebro não pára de “bombardear” informação vital, porque não pára de
fazer com que sejamos pelo menos inteligentes ao ponto de sabermos o que
fazemos e não sermos seres vegetais…
Tenho, portanto, e a meu ver, uma pequena conclusão e talvez
miraculosa não para muitos que talvez tenham chegado a essa mesma conclusão;
vivemos não só porque essa é a nossa obrigação mas também para dar e receber
experiência proveniente de gente que se importa com o mesmo que nós, que
valoriza o que valorizamos, que dá graças por ter a vida que a natureza lhe
deu, que não se lamenta por não ter tido algo desejado e em vez disso luta para
alcançar esses mesmos desejos muitas das vezes inalcançáveis… São esse tipo de
pessoas com quem devemos partilhar e recriar experiências, é com elas que
devemos conceber um futuro seguro e próspero e deve ser com elas que alcançaremos
aquilo que sempre esperamos ter.
Essas pessoas existem, e estão sempre lá para apoiar seja para o que for, em
que circunstancia for!

Coração, mente sã.

Os sentimentos crescem rápido, mas rápido se desvanecem, rápido se apaga a
chama que arde dentro do músculo forte que possuímos. Os sentimentos
constroem-se na base daquilo que achamos que será perfeito até ao dia que se
dissipar no ar pesado que todos os dias inalamos, alguns permanecem como
espinhas que nos corroem a alma, que nos picam o coração, espinhas que se entranham
na almofada quando nela pousamos a cabeça para descansar. Lá permanecem elas,
sempre tenebrosas, sempre persistentes em arrancar aquilo que de mais precioso
há em nos, tal preciosidade encantadora que nos enche de esperança em encontrar
de novo aquilo que preenche a nossa alma já vazia de lutar por uma mente
melhor, sã.
A luz que agora se acende no fundo do famoso túnel que toda a gente tende para
ver em momentos de aflição, indica que terei de caminhar até ficar mais reluzente,
e ao fundo ouço uma voz que diz "Quanto mais reluzente fica, mais vazia e
cansada te sentirás por dentro, mas isso minha amiga, chama-se força.",
todo esse processo faz parte daquilo que ambicionamos sentir, aliás, não passa
disso. Procuramos aquilo que achamos que nos é mais reconfortante, de tal modo
que acabamos por cair num profundo desespero pela busca inalcançável.
Ontem esperei por ti, esperei que desses um sinal de quem se encontra vivo.
Hoje ainda aguardo a resposta, mas tu, apenas bates freneticamente contra a
pele que se desgasta em vão por um batimento de esperança... mas nada, apenas
te limitas a cumprir aquilo que a natureza te encarregou, manteres-me viva.
Reparo todos os dias que usas as minhas energias e te aproveitas daquilo que
nutro por ti, do amor infinito que tenho para distribuir por quem necessita de
afecto tal como eu, tal como tu, tal como todos nós.
A beleza do amor não está apenas naquilo que sentimos por o próximo, mas
sim, no que seriamos capazes de sacrificar por ele, não está também nos seus
atributos, mas sim na sua forma de atribuir um valor às coisas. O amor não está
nos olhos de quem vê, está no coração de quem sente...

Amorosamente ...

Primeiro anda-se , depois recorda-se e por fim damos valor aquilo que realmente está em causa...
Abri os olhos, abri a porta e em poucos segundos consegui aperceber-me de que não seria apenas um sonho; o coração bateu mais forte, mais rápido ardentemente fortemente como fogo quente, dei cerca de 20 passos, ali estava eu, mesmo à tua frente, e não , não era apenas um sonho ou um “remake”.
Há algo em ti que me fascina de contentamento inesperadamente incontrolável estupidamente louco-deficiente! Como será possivel conciliar algo descontrolavelmente ardente em outrem tão desesperadamente carente de aquecimento.
Devia ter-te dito, mas em vez disso, deslumbrei-me com o teu sorriso tão animadamente contagiante, devia ter observado o teu comportamento mas em vez disso perdi-me nos teus braços, no teu corpo; devia ter prestado atenção, mas naquele mesmo momento deixei-me levar, levar por essa doença miseravelmente apaixonada! Provavelmente deveria ter posto as mãos em fuga, teria deixado tudo para depois, ou tudo para antes, teria feito tudo para que nada me impedisse de te admirar em cada segundo que decorria; essa viagem longa pelos teus cabelos fortes, pelos teus labios grossos, pelo teu corpo, pela tua vestimenta ridiculamente normal, mas o que seria de mim sem ... sem nada , sem o quê certamente? Um não sei quê de loucura, e por ai fui eu , contagiada pelo teu contentamento e entusiasmo – porvoice a minha, ou não... – agora , que cometi o meu erro intencionalmente por vezes incontrolável, deixa-me apreciar todos os cantos desse coração vago, deixa que encoste a minha cabeça ao teu peito e ouça o teu batimento que me tira a respiração , deixa-me...
SE era isto que eu queria? Não ; Se eu me deixei ir? : sem dúvida ; Se errei e bati com a cabeça no chão? : Claro que sim, sem sombra de questões!
Vou continuar a pisar as pegadas que vais deixando neste longo caminho, à minha frente, e ver até onde me consigo aguentar em pé, observar a tua resistência, testar a tua abilidade , se cair, se caires , vou/vais tentar levantar-te/me , mas não prometemos nada, como sempre...

Já fui, já foi

Estamos tão distantes, as minhas lágrimas já solidificaram, a minha saliva já consumiu, o meu latim já se gastou e para ti nem mais uma gota, nem mais saliva, nem mais latim; estou esgotada, lotada, consumida, enxugada, acabada, esvaziada, estancada e tudo por aí além.
Não queria voar nas tuas palavras, não me queria deixar enganar, quando tu és o próprio erro; a tua suposta mágoa a mim já pouco ou nada me interessa, agora que te esqueci, só quero seguir, viver e recarregar baterias.

Eu fui Cristo em ti, amar-te foi uma tortura, e o prego que mais doeu foi o do coração, não tenhas a menor perplexidade, mas fora de lamechices , assim não me oriento!
Quero voltar a sentir-me exausta de lutar por aquilo que realmente convém, voltar a ser impensadamente graciosa, estritamente depravada, quero voltar a ser eu, e simplesmente eu.

Foste o calor das minhas palavras; a tua sensibilidade já não me acalma, já não me convence, as tuas lamurias e o teu pesar já não metem pena ao meu furioso íntimo.
Se agora te pudesse aniquilar, não pensaria 2 vezes, não me dás razões para que faça o contrário, tu mudaste-me e agora já nem sei quem sou; dá-me tempo e espaço e não te metas no meu caminho porque elas não matam, mas moem.
Deixar-te-ei na tua pura ignorância, tal como ocorrera antes, e desta vez, não me venhas dizer que te arrependes, ou que lamentas e suspiraras ao meu ouvido ansiando por mais.
Para ti apenas digo:

PARA TI, NADA; PARA MIM, TUDO

Não nego, posso ainda gostar de ti, mas não quero saber, o que lá vai lá vai, e agora este EU vem talvez temporariamente, é a minha capa de providência e é esta que eu acarretarei durante muito tempo, o máximo prazo possível, até lá, não percas tempo e tenta a tua pouca sorte com outra calamitosa pessoa.